Como uma brasileira descobriu um asteroide e sua fé – agora ela está de olho nas estrelas
Quando Laysa Peixoto de Contagem, Brasil, olha para o céu noturno, ela encontra mais do que estrelas. A jovem de 19 anos e aspirante a astronauta vê seu passado, seu futuro e sua fé. O que Peixoto não consegue identificar a olho nu é uma descoberta recente que leva suas iniciais.
É um asteróide temporariamente apelidado de LPS0003. Como Peixoto é a detetive espacial que o avistou, em breve ela terá o privilégio de nomear o asteroide como quiser. Peixoto se juntou a um programa de voluntariado para estudar dados fornecidos pela Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica. Ela estava analisando imagens previamente estudadas de um telescópio no Havaí quando viu o asteroide.
Estudante de física da Universidade Federal de Minas Gerais, no Brasil, Peixoto já contou a história antes. Falando em um impressionante inglês autodidata pelo Zoom e com um cativante entusiasmo, Peixoto disse com um sorriso o que deve ser sua frase favorita – “Descobri um asteroide!” Agora, ela está de olho no espaço.
Desde que virou notícia no Brasil com sua descoberta, a vida de Peixoto tem sido um turbilhão. Ela viajou para os Estados Unidos neste verão e, além de uma parada em Nova York para visitar a família e realizar o sonho de ver “O Fantasma da Ópera”, frequentou a Academia Espacial organizada pelo US Space and Rocket Center em Huntsville, Alabama.
“Trabalhei muito para isso. Foram dois anos de preparação, estudo, boas notas, cartas de recomendação e bolsas de estudo. E foi incrível.”
A renomada academia – muitas vezes chamada de Acampamento Espacial – deu a Peixoto e outros jovens seu primeiro gosto sério pelo treinamento de astronautas. Mas enquanto alguns podem deixar a experiência com a curiosidade saciada, Peixoto saiu mais ansiosa do que nunca para seguir a carreira de astrofísica.
Sua viagem aos EUA também incluiu uma parada na Flórida no Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, onde conheceu o astronauta aposentado da NASA Michael Foreman, que ajudou Peixoto a entender o desejo da NASA de encontrar pessoas que se esforcem e melhorem. Agora de volta ao Brasil, com uma crescente presença nas mídias sociais e cobertura da imprensa local, Peixoto mal pode acreditar em sua recente viagem.
“Estou vivendo o que sonhei quando era uma garotinha.”
Quando Peixoto fala sobre um sonho de infância, ela quer dizer literalmente. Aos 8 anos, ela conta que teve um sonho que se recusa a ser esquecido. “No meu sonho, eu era uma garotinha no chão. Eu estava de costas, olhando para o céu. Eu vi essas estrelas e elas estavam se aproximando de mim. Elas se aproximaram cada vez mais até que eu pudesse realmente estender a mão e tocar uma.”
Em gargalhadas, Peixoto diz que tenta não duvidar de sua própria mente. “Talvez não possamos confiar em nossos sonhos, certo? Porque o cérebro gosta de brincar conosco às vezes. Mas eu me lembro bem. Acredito que estava tocando o infinito.”
Para Peixoto, tocar o infinito é muito mais do que estrelas e espaço. Quando criança, ela começou a frequentar uma congregação local da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com sua avó. Ela acabou sendo batizada aos 11 anos e sua fé desempenhou um papel em seu amor pelo aprendizado. “Sempre que olho para cima, penso no amor que Deus tem por cada um de nós e como ele se importa com cada detalhe de nossa vida.”
As imagens recentes do Telescópio Espacial James Webb a fizeram refletir sobre a interseção entre fé e ciência. “Temos cada vez mais dados para analisar e mais conhecimento do que nunca”, diz Peixoto. “Este é um período de grande entusiasmo para mim. Agora temos as imagens mais detalhadas e profundas do universo, podemos ver até as primeiras galáxias que se formaram.”
Peixoto pinta um quadro do que ela chama de “alegria indescritível” ao ler o relato da Criação no Antigo Testamento. “Sinto que estou mais perto do Pai Celestial do que nunca.” Depois de uma batida calma e uma respiração, ela continua. “Sinto que o céu nos ensina muitas coisas sobre nossa natureza divina. Somos uma parte importante do Cosmos, estamos profundamente conectados com o espaço e o tempo e tudo ao nosso redor.”
Peixoto sente que essa conexão cósmica se estende à sua família. Ela mora com a mãe e o irmão mais novo e tentou tomar cuidado para não priorizar suas atividades em detrimento de seus entes queridos. “Minha família e minha fé são as coisas mais importantes da minha vida. Isso não vai mudar.”
Quando questionada sobre o que o futuro lhe reserva, Peixoto diz que quer se casar, ter filhos e formar uma família na fé. “Pode ser um desafio ter uma família e se tornar uma astronauta, mas muitas outras fizeram isso. Eu sei que posso fazer isso também.”
Quanto à sua formação, Peixoto vai primeiro concluir seus cursos de graduação e depois tomar decisões sobre o que vem a seguir. Ela explorará opções de escolaridade adicional em disciplinas relacionadas e se preparará para competir por um lugar entre a elite mundial.
Peixoto espera buscar oportunidades de emprego na NASA, na Agência Espacial Brasileira e em empresas como SpaceX e Blue Origin. Mas seu objetivo final sempre será se tornar uma astronauta e ver até onde uma nave a levará.
“Eu gostaria de ir à lua! E acho que quando chegarmos à lua novamente, entenderemos muito mais sobre isso. Teremos respostas pelas quais estávamos esperando.” Enquanto isso, ela está animada em trabalhar aqui na Terra, fazendo preparativos para o que o futuro pode trazer.
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